14 de setembro de 2013

ANIMAÇÃO [Review]: Aviões

Sobre a Coluna:
A ideia da coluna é a de, ocasionalmente, dividir com vocês todo o tipo de informação sobre animações - desde indicações, reviews e novidades, até detalhes sobre a produção e curiosidades em geral - sempre com o intuito de divulgar e desvencilhar de tabus como "animação é coisa de criança" essa incrível variável da 7ª arte.

Ambientado no mesmo universo de Carros e Carros 2, a mais nova animação da DisneyToon Studios estreou ontem (13 de setembro de 2013) nos cinemas e nós fomos conferir. Portanto, hoje venho fazer para vocês uma review de Aviões.



Avaliação (dentro do gênero):
Título: Aviões
Título Original: Planes
Direção:  Klay Hall
Ano: 2013
Estúdio: DisneyToon Studios
Sinopse: Dusty (Dane Cook) é um avião que trabalha pulverizando plantações. Seu grande sonho é participar de corridas internacionais, ao lado de alguns dos mais famosos competidores, mas seu medo de altura e a própria composição da carroceria impedem que esta vontade se torne realidade. Sabendo do sonho do amigo, Chug (Brad Garrett) busca a ajuda de Skipper (Stacy Keach), um reservado avião que, devido a um acidente no passado, não consegue mais voar. Após muita insistência, Skipper aceita ser o mentor de Dusty nesta empreitada.



O filme nos conta a história de Dusty, um avião pulverizador que está cansado de passar todos os dias voando de um lado para o outro cuidando de plantações e sente que está destinado a algo maior. Seu grande sonho é participar de corridas internacionais e nada poderia o impedir, exceto algumas peculiaridades: Dusty não possui a estrutura necessária para ganhar uma corrida e tem medo de altura. Isso mesmo. Medo de altura. Como passou a vida toda voando perto do solo, ele não consegue voar muito alto sem entrar em pânico. Por conta disso, tudo estaria perdido, mas Dusty contará com a ajuda de alguns amigos nessa jornada.

Como dito no início do post, esta animação é uma produção da DisneyToon Studios e não da Pixar, como os primeiros dois filmes da franquia. Pertencer a outro estúdio, porém, não é um problema já que a qualidade técnica de Aviões é a mesma presente em Carros. A DisneyToon é a divisão do Walt Disney Studios responsável principalmente pelos filmes produzidos diretamente para o mercado doméstico, como seria o caso deste novo longa que acabou sendo lançado de última hora nos cinemas.

Originalidade não é o forte deste filme. Infelizmente, aqui voltamos à fórmula de Carros, porém com menos carisma e piores piadinhas sobre mecânica. As personagens secundárias foram mal exploradas e o longa carece de cenas emocionantes que façam o expectador vibrar. Eu diria que o filme é "raso", já que nenhum de seus elementos foi bem trabalhado. Outra coisa que me incomodou bastante na trama é a facilidade com que as coisas acontecem para Dusty. Tudo isso me pareceu meio preguiçoso e desleixado.

Antes que vocês achem que eu detestei o filme, ou que ele é o pior filme da história, saibam que este não é de todo ruim. Apesar dos inúmeros defeitos, o filme tem várias cenas divertidas e passa uma bonita mensagem sobre determinação, honestidade e amizade. 

Algumas curiosidades:
  • Com previsão de lançamento para 2014, Aviões já possui uma sequencia confirmada: Planes: Fire and Rescue ("Aviões: fogo e resgate", em tradução livre), que foi produzido simultaneamente ao original. 
  • Os aviões do filme são todos modelos existentes na realidade. Dusty, o personagem principal, é um "Air Tractor AT-402" e também é possível identificar outros modelos como "Chance Vought F4U Corsair" e "Gee Bee R-1".
  • Da trilha sonora não há o que reclamar, o que não é para menos: o responsável por ela foi Mark Mancina e, pra quem não sabe, ele foi responsável pelas trilhas sonoras de O Rei Leão e Tarzan.
  • No filme, há uma personagem brasileira (QUE SÓ É BRASILEIRA NA VERSÃO BRASILEIRA DO FILME! Confuso, eu sei!). Carolina é um avião de corrida e foi dublada, aqui no Brasil, por Ivete Sangalo. Nota: NÃO SE PREOCUPEM! A dublagem ficou bem boa, na verdade. Nada parecido com Luciano Huck em Enrolados.
Acho que o lançamento diretamente doméstico seria uma melhor opção para esta animação que não tem potência para os cinemas. Um típico "Sessão da Tarde". Ponto negativo para a Disney que (por ganância pura e nenhum respeito com os fãs) resolveu lançá-la desta forma. Deixando a desejar nos aspectos originalidade, criatividade e carisma, Aviões é uma animação divertida, porém fraca e dispensável. 



Acho que este filme é recomendável (tenho minhas dúvidas) apenas para crianças pequenas que provavelmente vão adorar as personagens fofinhas e coloridas sem dar muita atenção à qualidade de produção. Se você, assim como eu, já é um fã mais "maduro" de animações: pule para o próximo. Aviões é decepção na certa!







12 de setembro de 2013

LIVRO [Resenha]: O Oceano no Fim do Caminho - Neil Gaiman















Hoje, vim resenhar para vocês um livro que eu peguei para ler depois da indicação de um amigo meu (Oi, Filipe) e fico feliz por ter recebido essa dica. Esta é uma obra do aclamadíssimo Neil Gaiman, famoso por sua série de quadrinhos Sandman e outros romances, como Coraline. O Oceano no Fim do Caminho é um romance adulto que veio para levar todos nós de volta à infância.




Avaliação (dentro do gênero):
    
Título: O Oceano no Fim do Caminho
Título Original: The Ocean at the End of the Lane
Autor: Neil Gaiman 
Editora (BR): Intrínseca
Sinopse: Foi há 40 anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha 7 anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste  mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive  os do menino. Ele sabia que os adultos não conseguiriam - e não deveriam - compreender os eventos que se desdobravam  tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de  perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as 3 mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.


O enredo:

Gostaria de dizer para vocês quem é o protagonista desta história, mas não sei o nome dele. Isso mesmo. Em momento algum descobrimos como se chama nosso narrador. Sabemos apenas que este tem aproximadamente 50 anos, passou a maior parte de sua infância em um lugar chamado Sussex, no interior da Inglaterra, e acabou de sofrer a perda de um familiar. Seu plano era sair do velório e ir direto para a casa da irmã, mas acabou desviando para outro caminho que o leva até as redondezas de onde morava quando criança. Então, decide visitar um lugar no qual passou importantes momentos de sua infância: a fazenda Hempstock, onde moravam 3 misteriosas mulheres. Suas lembranças dos tempos em que se divertira ali com sua única amiga, e mais nova das mulheres Hempstock, Lettie, eram vagas. Porém, ao ver, depois de tantos anos, o lago que a amiga costumava chamar de Oceano, todas as suas memórias vêm à tona. E é assim que a história começa: um homem revivendo seus dias de menino. 
Há 40 anos, seus pais estavam com dificuldades financeiras e resolveram que seria melhor alugar um dos quartos da casa para que pudessem continuar morando ali com os dois filhos. O primeiro inquilino do quarto fora um homem que, depois de pouco tempo na casa, roubou o carro da família e cometeu suicídio dentro do automóvel. Sua morte acabou desencadeando uma série de desventuras para o menino de 7 anos e Lettie Hempstock, sua corajosa amiga de 11. A partir daí, acontecimentos inexplicáveis e assustadores começam a acontecer. 

A narrativa:

A narrativa de Neil Gaiman é simples, crua, e ao mesmo tempo rica em metáforas. Este é um livro que terá um significado diferente para cada leitor. Aqui somos introduzidos a um mundo impossível (ou não) sem nunca saber se a intenção do autor era nos contar uma história de fantasia ou se tudo o que lemos é fruto da imaginação fértil de uma criança. Se você gosta de respostas concretas e racionais, talvez este livro não seja para você. Este é um livro para ser lido com a mente aberta a novas sensações e possibilidades. Não é um livro a ser questionado, apenas lido. Lido e pronto, acabou.




A emoção:

O autor consegue trazer à tona todas as nossas inseguranças que tínhamos quando crianças. A forma como é retratado o sentimento de impotência que o narrador experimenta quando ninguém acredita nele por ser apenas uma criança é um exemplo de como Gaiman soube descrever as sensações do protagonista de forma a fazer o leitor sentir toda essa aflição na própria pele, como se estivesse revivendo momentos da própria infância. 

[...]

O Oceano no Fim do Caminho é algo de outro mundo? Não, não é. Não é nada que vá te deixar estupefato, mas é algo que vale a pena ser lido. Uma história simples e fantasiosa ao mesmo tempo. Uma narrativa leve e gostosa de ser lida. Um romance adulto que pode ser lido por todas as idades e que eu acredito que apresentará um significado diferente dependendo da fase de sua vida em que for lido.

Leitura recomendada para quem quer se deixar levar por uma história original e que te dará a oportunidade de interpretá-la como quiser. Lembrando sempre que uma mente aberta, para esse livro, é necessária. Deixe-se levar pelo Oceano de Neil Gaiman até um lugar nostálgico no fundo de sua mente.






10 de setembro de 2013

ANIMAÇÃO [Review]: Universidade Monstros

Sobre a Coluna:
A ideia da coluna é a de, ocasionalmente, dividir com vocês todo o tipo de informação sobre animações - desde indicações, reviews e novidades, até detalhes sobre a produção e curiosidades em geral - sempre com o intuito de divulgar e desvencilhar de tabus como "animação é coisa de criança" essa incrível variável da 7ª arte.

Há mais de uma década (sim, já faz tudo isso), estreava um dos maiores sucessos da Pixar Animation Studios. Consolidando o nome do estúdio, Monstros S.A. conquistou fãs por todo o mundo e foi vencedor do Oscar de melhor canção original, além de ter sido indicado a mais 3 categorias. Nove filmes depois, os amantes do longa ganharam um presente chamado Universidade Monstros. Nota: esse post está lotado de fotos. Motivo? É uma mais linda e colorida que a outra.


Avaliação (dentro do gênero):
    
Título: Universidade Monstros
Título Original: Monsters University
Direção: Dan Scanlon
Ano: 2013
Estúdio: Disney - Pixar Animation Studios
Sinopse: Mike Wazowski (Billy Crystal) e James P. Sullivan (John Goodman) são uma dupla inseparável em Monstros S.A., mas nem sempre foi assim. Quando se conheceram na universidade, os dois jovens monstros se detestavam, com Mike sendo um sujeito estudioso, mas não muito assustador, e Sulley surgindo como o cara popular e arrogante, graças ao talento inerente para o susto. Após um incidente durante um teste, os dois são obrigados a participarem da mesma equipe na olimpíada dos sustos. A equipe, por sinal, é formada por uma série de monstros desajustados, para o desespero de Sulley, acostumado a conviver com os caras mais populares da escola.


Universidade Monstros é um prelúdio de Monstros S.A. que nos conta a história por trás da amizade de Mike e Sulley. O filme começa nos mostrando um pequeno Mike que sonha em se tornar um Assustador e trabalhar na Monstros S.A., a maior fonte de energia do mundo monstruoso (se você já viu o primeiro filme da franquia, sabe do que eu estou falando). Anos mais tarde, depois de se formar na escola, ele dá o primeiro passo em direção ao seu sonho e ingressa na Universidade Monstros.

Estudioso e determinado, Mike se inscreve para a aula mais difícil de toda a universidade: a aula dos Assustadores. Além de ser acompanhada de perto pela diretora que é extremamente rigorosa e, digamos assim, não muito simpática, a matéria acaba apresentando um outro obstaculo: James P. "Sulley" Sullivan (ou "gatinho" se você for a Boo). Brincalhão e muitas vezes arrogante, Sulley é filho de um dos maiores Assustadores de todos os tempos, o que faz dele alguém instantaneamente popular. Se isso já não bastasse, ele também é o melhor quando o assunto é assustar de verdade, enquanto Mike é o melhor na teoria mas deixa (muito) a desejar na prática. A competitividade e apatia entre os dois é rapidamente estabelecida.

Pra piorar a situação, devido a alguns problemas que ocorrem durante o filme, os dois devem se unir. E não é só isso. Eles também terão que se unir aos "nerds" da fraternidade Oozma Kappa, formar um time, superar suas diferenças e vencer o Torneio Universitário de Assustadores se não quiserem ser expulsos da universidade e da aula de sustos.

Foto: OOZMA KAPPA Mike, Terri e Terry, Don Carlton, Scott "Squishy" Squibbles, Sulley e Art.

Algumas curiosidades:

  • A Universidade oferece seis cursos diferentes: Terror, Engenharia, Humanidades e Monstruosidades, Ciências, Comércio e Divisão Aquática.
  •  Em Monstros S.A. a Pixar criou um programa simulador de cabelos e pelos para o personagem Sulley que deixou todo mundo de "boca aberta" devido a seu realismo. Para Universidade Monstros o programa foi aperfeiçoado e o "gatinho" de Boo recebeu 5 vezes mais pelos. São 5.475.458 pelos pra ser mais exata.
  •  Foram 100.856 storyboards desenhados, tornando este o filme de maior número de roteiros gráficos já feito para um longa-metragem da Pixar.
  • A trilha sonora de Universidade Monstros foi composta por Randy Newman, o mesmo de Monstros S.A. e da trilogia Toy Story.
  • 500 personagens diferentes foram criados para circularem pela universidade. A média é que 25 deles aparecem em cada cena, diferente de outros filmes do estúdio onde a média é menor que 10. Nota: é muito legal ver como eles exploraram as infinitas possibilidades para o mundo e aparências dos monstros. É uma novidade pra cada lado!


Vou ser sincera com vocês e confessar que Monstros S.A. não é um dos meus favoritos da Pixar. Eu gosto do filme, o acho incrível e tudo mais, mas simplesmente não me identifico com ele como faço com outros do estúdio. Por conta disso, eu estava ansiosa por esse novo longa, porém matinha minhas expectativas baixas. O que eu posso dizer é que eu fui impressionada. Do início ao fim, detalhes me surpreenderam. Em primeiro lugar, achei uma tremenda "jogada de mestre" a ideia de presentear os fãs com um prelúdio e não uma sequência. Mesmo que este novo longa fosse um fracasso, não conseguiria "estragar" a história do primeiro. Além disso, para assistir a este novo filme não é preciso ter assistido ao primeiro, o que com certeza garantiu mais espectadores do que faria se não fosse desta forma. Um roteiro simples e contagiante, fotografia INCRÍVEL, uma verdadeira explosão de cores, carismáticos novos personagens e os antigos com tudo aquilo que amamos neles. Junte tudo isso em um só filme e você terá a receita de Universidade Monstros.



Talvez os grandes fãs do longa de 2001 tenham sentido a falta de mais momentos nostálgicos, mas pra mim eles aconteceram na medida certa. Durante o filme é possível identificar várias das personagens que já conhecíamos. Algumas nem fala têm, outras desempenham importantes papeis no enredo. O que eu mais gostei em todo o filme (além de ver o Mike criancinha e mais olhudo do que nunca) foi a origem tímida e insegura que deram para o grande vilão do filme original, Randall Boggs e também achei sensacional a forma como eles contaram, bem no fim do filme, a trajetória dos protagonistas desde o momento em que deixam a universidade até chegarem onde estão em Monstros S.A.. É aquele tipo de fim de filme que emociona e te deixa morrendo de vontade de ver mais e mais das aventuras das personagens.



Bom, acho que eu não preciso nem dizer que o filme foi mais do que aprovado por mim, né?
Indico a todos, sem hesitação, e garanto a vocês muita diversão, emoções a todo momento, uma tecnologia e um design de deixar qualquer um babando e muito, mas muito, Mike e Sulley do jeito que todo mundo gosta ou pode começar a gostar!